Um agronegócio de R$ 42 bilhões
O apoio ao qual se refere Richa se dá através de investimentos estaduais, em transporte e logística e, especialmente, com o programa Paraná Competitivo e com as linhas de crédito do BRDE (Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul).
Nas duas pontas foram R$ 2,15 bilhões em investimentos. “Muitas cooperativas paranaenses ampliaram suas plantas industriais ou erguem novas fábricas apoiadas pelo programa Paraná Competitivo e pelo BRDE”, disse Richa.
Nos últimos três anos, o BRDE financiou R$ 1,23 bilhão para projetos de investimentos de 53 cooperativas. Somados os últimos seis anos, os recursos alcançam R$ 2,2 bilhões e atenderam 109 cooperativas paranaenses.
São investimentos na armazenagem de grãos e insumos, industrialização (aves, leite, suínos, milho, trigo, soja, cana-de-açúcar), logística, produção e desenvolvimento de sementes, capital de giro e eletrificação rural.
COOPERATIVAS – Além das linhas de créditos do BRDE, nove cooperativas foram incluídas no Paraná Competitivo – série de incentivos como dilação do ICMS, melhorias de infraestrutura, capacitação profissional – e investiram R$ 924,4 milhões no interior do Paraná.
A saber: Copacol (R$ 60 milhões em Jesuítas), Capal (R$ 60 milhões em Arapoti), Unitá/Coagru/Copeflora (R$ 135 milhões em Ubiratã), Batavo/Castrolanda/Capal (R$ 263,4 milhões em Castro), Cocari (R$ 90 milhões em Mandaguari) e Agrária (R$ 334 milhões em Guarapuava).
Parte dos empreendimentos já está em operação. O caso da fábrica de rações da Copacol em Jesuítas, do Frigorífico e Abatedouro de Frango Unitá em Ubiratã e da unidade industrial de aves da Cocari em Mandaguari. As três unidades vão criar mais de 21 mil empregos diretos e indiretos.
“Os recursos do BRDE foram fundamentais para que o abatedouro se concretizasse. O BRDE é um grande parceiro do cooperativismo paranaense”, afirmou o presidente da Copacol/Unitá, Valter Pitol.
O presidente da cooperativa adianta que planeja investir R$ 300 milhões nos próximos dois anos. Metade dos recursos será usado em estruturas de recebimento da produção. A outra metade será destinada às cadeias integradas de aves, suínos, peixes e gado leiteiro.
“É um novo ciclo de industrialização, que segue em paralelo ao fortalecimento da agropecuária. E por essa pujança, pela força do agronegócio, que o Paraná tem ajudado a salvar a balança comercial brasileira há muitos anos”, disse Richa.
Cooperativas crescem 7 vezes mais que o PIB
Dados da Ocepar prevêem receita de R$ 38 bilhões em 2013 às cooperativas paranaenses. O balanço ainda não está fechado, mas o faturamento será 17% maior se comparado a 2012. O valor supera o crescimento do PIB projetado em 2,4% em 2013.
Para 2014, a previsão é de obter um incremento de 10% em faturamento, uma elevação conservadora, porém positiva. Somente a Coamo, de Campo Mourão, deve faturar mais de R$ 8 bilhões.
As 240 cooperativas do Paraná têm 900 mil cooperados e atuam em dez ramos: agropecuário, crédito, consumo, habitação, educação, infraestrutura, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer. A maior contribuição vem do campo. O setor representa 16% do PIB estadual, 56% no PIB agropecuário e gera 1,6 milhão de empregos.
Nos últimos anos, o cooperativismo no campo se volta à agroindústria e considera a atividade como essencial para o incremento da economia do Estado. De acordo com a Ocepar, as cooperativas participam de 43% do setor no estado e investiu mais de R$ 5,5 bilhões neste processo nos últimos cinco anos.
“Os investimentos beneficiam todos os paranaenses com a geração de empregos e renda e os programas levados pelo Governo do Estado são essenciais para que as cooperativas continuem a investir”, disse João Paulo Koslowski, presidente da Ocepar.
Paraná vai investir em ‘transporte e logística’
Todos os programas de promoção ao crescimento do cooperativismo paranaense fazem parte do plano de ação do Governo do Estado em 2014. Além dos incentivos fiscais e das linhas de crédito do BRDE, o Paraná vai investir nas áreas de transporte e logística. A maior parte dos R$ 3,8 bilhões previstos em financiamentos será usada em obras de infraestrutura.
O Estado também já formalizou parceria com a iniciativa privada que resultam em R$ 1 bilhão em obras rodoviárias, recuperação de estradas, construção de pontes e de outras obras que atendem o escoamento da produção.
O governador Beto Richa adiantou ainda investimentos em transporte e logística para ampliar a competitividade da economia paranaense. “Estamos trabalhando para integrar os corredores rodoviários a fim de melhorar o escoamento da safra, da porteira da propriedade ao porto e, também, aos grandes centros consumidores”, disse.
Entre eles, estão as patrulhas do campo, que aceleram o trabalho de adequação e melhoria das estradas rurais e de recuperação da malha rodoviária paranaense. O governador destaca também a questão do pedágio, com a reabertura do diálogo com as concessionárias e a retomada de obras, com um cronograma de R$ 1,7 bilhão para investimentos em duplicações e contornos.