Unicef considera “inaceitável” número de assassinatos de adolescentes no Brasil
BRASÍLIA (Abr) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) considerou “inaceitável” o Índice de Homicídios de Adolescentes no Brasil (IHA), que atingiu em 2012 o maior patamar de sua série histórica.
O Unicef participou da pesquisa divulgada ontem pelo governo federal, o Observatório de Favelas e o Labotarório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj). O Brasil só fica atrás da Nigéria em números absolutos de adolescentes mortos.
“De alguma forma, é uma expressão das desigualdades no Brasil, e o Unicef reconhece que a situação das desigualdades está melhorando, mas essa é uma crise absoluta e inaceitável”, disse Gary Stahl, representante do fundo no país.
Para ele, “é inaceitável que um país com tantos avanços na área de direitos humanos não esteja conseguindo evitar as mortes desses meninos”. Segundo Stahl, o Brasil está diante de um problema complexo e urgente que “exige uma mobilização nacional”.
O representante do Unicef ressaltou que o grande número de homicídios não solucionados agrava o problema. Para ele, isso dificulta a avaliação das políticas públicas adotadas pelo país. “Fica muito difícil saber se as políticas públicas estão no rumo certo.”
Além de ser o segundo país em números absolutos, o Brasil tem a sexta maior taxa de homicídios entre adolescentes: “Entre 192 países, o Brasil é o segundo ou o sexto. Nem um nem outro é um lugar onde o Brasil quer estar”, disse o representante do Unicef.
Gary Stahl afirmou que a violência vitimiza mais alguns grupos do que outros. Para ele, trata-se de uma “violação brutal e sistemática” dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente negros que vivem na periferia das cidades.
O secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, ressaltou que os dados mostram que o caminho é o oposto do armamento da população e da redução da maioridade penal. Medina acrescentou que parte da sociedade encara os adolescentes como autores da violência, quando, muitas vezes, são as vítimas.
Segundo a pesquisa divulgada ontem, a o Índice de Homicídios de Adolescentes do Brasil atingiu o maior patamar da série histórica em 2012, com a projeção de que, de cada mil adolescentes que tinham 12 anos em 2012, 3,32 vão morrer assassinados antes de completar 19 anos. Com esse IHA, o país perderia 42 mil adolescentes entre 2013 e 2019 vítimas de assassinato.
Adolescentes negros têm mais
chance de ser vítimas de homicídio
O risco relativo de um adolescente negro ser vítima de homicídio, em 2012, era quase três vezes maior que o de um branco. De acordo com a pesquisa, os jovens negros de 12 a 18 anos correm 2,96 vezes mais risco de ser vítimas de homicídio. A taxa de risco é obtida da relação entre a taxa de homicídios em adolescentes brancos e negros. Em 2011, o número ficou em 3,08.
A diferença é a segunda menor da série iniciada em 2005. A maior foi em 2008, quando a possibilidade de homicídio era quatro vezes maior para negros. A pesquisa divulgada ontem tem como base o banco de dados do DataSUS e os indicadores populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nina Gomes, diz que a situação é complexa e envolve o enfrentamento do racismo: “Esse dado reafirma a urgência do debate sobre a igualdade racial e o enfrentamento do racismo. É uma questão de Estado, e não de municípios ou de determinados grupos.”
A pesquisa mostra que os adolescentes do sexo masculino têm 11,92 vezes mais chances de ser mortos do que os do sexo feminino. A diferença cresceu em relação a 2011, quando era 10,3.
Outra conclusão do estudo é que as chances de morrer vítima de arma de fogo é 4,67 vezes maior do que por outros instrumentos, o menor patamar da série iniciada em 2005. Em 2009, o risco era 6,17 vezes maior.
O Unicef participou da pesquisa divulgada ontem pelo governo federal, o Observatório de Favelas e o Labotarório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj). O Brasil só fica atrás da Nigéria em números absolutos de adolescentes mortos.
“De alguma forma, é uma expressão das desigualdades no Brasil, e o Unicef reconhece que a situação das desigualdades está melhorando, mas essa é uma crise absoluta e inaceitável”, disse Gary Stahl, representante do fundo no país.
Para ele, “é inaceitável que um país com tantos avanços na área de direitos humanos não esteja conseguindo evitar as mortes desses meninos”. Segundo Stahl, o Brasil está diante de um problema complexo e urgente que “exige uma mobilização nacional”.
O representante do Unicef ressaltou que o grande número de homicídios não solucionados agrava o problema. Para ele, isso dificulta a avaliação das políticas públicas adotadas pelo país. “Fica muito difícil saber se as políticas públicas estão no rumo certo.”
Além de ser o segundo país em números absolutos, o Brasil tem a sexta maior taxa de homicídios entre adolescentes: “Entre 192 países, o Brasil é o segundo ou o sexto. Nem um nem outro é um lugar onde o Brasil quer estar”, disse o representante do Unicef.
Gary Stahl afirmou que a violência vitimiza mais alguns grupos do que outros. Para ele, trata-se de uma “violação brutal e sistemática” dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente negros que vivem na periferia das cidades.
O secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, ressaltou que os dados mostram que o caminho é o oposto do armamento da população e da redução da maioridade penal. Medina acrescentou que parte da sociedade encara os adolescentes como autores da violência, quando, muitas vezes, são as vítimas.
Segundo a pesquisa divulgada ontem, a o Índice de Homicídios de Adolescentes do Brasil atingiu o maior patamar da série histórica em 2012, com a projeção de que, de cada mil adolescentes que tinham 12 anos em 2012, 3,32 vão morrer assassinados antes de completar 19 anos. Com esse IHA, o país perderia 42 mil adolescentes entre 2013 e 2019 vítimas de assassinato.
Adolescentes negros têm mais
chance de ser vítimas de homicídio
O risco relativo de um adolescente negro ser vítima de homicídio, em 2012, era quase três vezes maior que o de um branco. De acordo com a pesquisa, os jovens negros de 12 a 18 anos correm 2,96 vezes mais risco de ser vítimas de homicídio. A taxa de risco é obtida da relação entre a taxa de homicídios em adolescentes brancos e negros. Em 2011, o número ficou em 3,08.
A diferença é a segunda menor da série iniciada em 2005. A maior foi em 2008, quando a possibilidade de homicídio era quatro vezes maior para negros. A pesquisa divulgada ontem tem como base o banco de dados do DataSUS e os indicadores populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nina Gomes, diz que a situação é complexa e envolve o enfrentamento do racismo: “Esse dado reafirma a urgência do debate sobre a igualdade racial e o enfrentamento do racismo. É uma questão de Estado, e não de municípios ou de determinados grupos.”
A pesquisa mostra que os adolescentes do sexo masculino têm 11,92 vezes mais chances de ser mortos do que os do sexo feminino. A diferença cresceu em relação a 2011, quando era 10,3.
Outra conclusão do estudo é que as chances de morrer vítima de arma de fogo é 4,67 vezes maior do que por outros instrumentos, o menor patamar da série iniciada em 2005. Em 2009, o risco era 6,17 vezes maior.