Uso correto de inseticidas evita avanço de mandarovás nas plantações de mandioca

Os produtores de mandioca têm um desafio pela frente: eliminar as pragas que comprometem a lavoura e provocam prejuízos. O principal problema é enfrentar os mandarovás, que têm alta capacidade de consumo e ampla distribuição geográfica.
Na avaliação de Rudiney Ringenberg, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para mandioca e fruticultura, é necessário investir em inseticidas mais eficientes e realizar o monitoramento constante da plantação.
O caminho para tornar a mandiocultura cada vez mais sustentável passa pela alternância de produtos para combater as pragas. Atualmente, o inseticida mais utilizado no Brasil não tem garantido resultados suficientemente positivos para os produtores.
Por causa do uso constante, os mandarovás se tornaram resistentes ao produto. Além disso, a composição química provoca danos ambientais, eliminando predadores naturais. “O mau manejo está provocando desequilíbrio”, disse Ringenberg.
Só para se ter uma ideia, o Ministério da Agricultura recomenda a aplicação de 50 a 60 mililitros do inseticida químico para cada hectare. Há produtores utilizando um litro do produto, e mesmo assim não tem alcançado a eficácia desejada.
O pesquisador da Embrapa afirmou que os prejuízos causados pelas lagartas nas lavouras de mandioca são bastante expressivos. Ele calculou que sejam até 65% de perdas num período equivalente a duas desfolhas.
SOLUÇÕES – Mas como resolver o problema? De acordo com Ringenberg, os inseticidas biológicos são tão eficientes quanto os químicos. Mesmo assim, os mandiocultores são resistentes em relação à aplicação. “É preciso buscar produtos de qualidade”.
Outra prática negligenciada nas plantações de mandioca é o monitoramento. O pesquisador da Embrapa afirmou que a maioria dos produtores não faz acompanhamento frequente das lavouras, o que possibilita o avanço das pragas, dificultando o controle.
As armadilhas luminosas também são instrumentos que facilitam o controle das lagartas, à medida que apontam a quantidade de predadores ao longo de toda a área plantada. É que a luz atrai os insetos, permitindo aos produtores fazerem essa avaliação.
Para o presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Junior, o trabalho dos profissionais técnicos é fundamental na assistência aos produtores, tanto no planejamento do plantio quanto nos cuidados e nas avaliações posteriores.
Ele destacou, ainda, que os mandiocultores precisam buscar novos conhecimentos e “se profissionalizar um pouco mais”. “A qualificação deve ser incessante”, disse Pierin Junior. Assim, garantiu, os resultados serão cada vez melhores.
DIA DE CAMPO – Técnicos e produtores de Paranavaí e municípios do Noroeste do Paraná tiveram a oportunidade de discutir maneiras para combater pragas que comprometem as plantações de mandioca.
Eles se reuniram ontem para assistir a uma palestra ministrada pelo pesquisador da Embrapa durante toda a manhã. À tarde, visitaram lavouras para verificar na prática como as pragas prejudicam as plantações e de que maneiras o controle pode ser feito.