Uso de vasos e flores no cemitério requer cuidados contra a dengue

Na próxima segunda-feira a fé e a tradição devem levar milhares de pessoas aos cemitérios de Paranavaí para a homenagem e lembrança dos parentes e amigos que já morreram. Mas, o costume de decorar túmulos com flores e vasos requer atenção especial, pois, o menor descuido pode ajudar na proliferação do Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Para enfrentar o problema, a Vigilância em Saúde de Paranavaí está fazendo uma série de recomendações aos visitantes. As principais são nunca utilizar vasos sem furos no fundo e jamais colocá-los em pratos ou suportes que vedam a saída da água. Também plástico e outras embalagens devem ser retiradas dos vasos, pois igualmente podem acumular água.  
A Vigilância está pedindo ainda que as pessoas evitem acender velas nos túmulos, já que a parafina pode acumular água. Ainda que em pequena quantidade, este acúmulo também pode criar condições ideais para o desenvolvimento do mosquito. A opção é que as velas sejam acesas no Cruzeiro, facilitando assim os cuidados por parte dos responsáveis.  
Outra orientação importante é que as pessoas não devem jogar as flores murchas ou outras plantas ornamentais atrás dos túmulos. Elas devem ser descartadas da forma correta – ou seja – nos tambores de recolhimento de lixo orgânico.
Ainda na linha da prevenção, as pessoas devem evitar a fixação de vasos sobre os túmulos. Até recentemente era comum chumbar o vaso, até para evitar que tombasse ou que fosse furtado. No entanto, a fixação também facilita o acúmulo de água.
AÇÕES – O diretor da Vigilância em Saúde, Randal Khalil Fadel, lembra que as equipes estão tomando todos os cuidados para evitar que os cemitérios se tornem pontos de proliferação do Aedes aegypti.
A preocupação é com o Cemitério Central – Rua Paraíba – onde os túmulos possibilitam o armazenamento de água.
O primeiro cuidado começou ontem com a verificação das casas nas ruas do entorno do cemitério, eliminando eventuais focos. Outra iniciativa é que a partir de hoje será aplicado veneno nestas ruas para eliminar mosquitos adultos, reduzindo a possibilidade de infestação e disseminação da doença.
Ainda na linha da prevenção, durante o Dia de Finados – próxima segunda-feira – as equipes da Vigilância estarão nos portões do cemitério, chamando a atenção para o perigo do uso incorreto de vasos e plantas.
Por fim, a partir de quarta-feira será feito um “pente-fino” no interior do cemitério, retirando qualquer material que possa acumular água, fala o diretor. O trabalho deverá durar pelo menos dois dias.
PREOCUPAÇÕES – A preocupação com a possibilidade de uma nova epidemia cresce em Paranavaí por conta da proliferação do mosquito. O último levantamento – LIRA – mostrou 2,5% de infestação na cidade.
Alguns casos são ainda mais preocupantes, como o do Distrito de Piracema, que chegou a 4,5% de infestação. O máximo tolerável pela Organização Mundial de Saúde é de 1%.
Com tanto mosquito, a cidade contabiliza 342 casos confirmados de dengue em 2015. O último positivo foi registrado no dia 17 de outubro, na região da Vila City. Aliás, a região do bairro também preocupa. Tanto que haverá mutirão na semana que vem.
NA CIDADE – O maior índice de infestação foi encontrado na região que abrange os Jardins Santos Dumont, Ipê, Vila Paris e Guanabara e o Distrito de Sumaré: 3,9%.
No extrato que inclui os Jardins São Jorge e Simone e a Vila Operária, o percentual de infestação foi 1,9%. Na área que envolve os Jardins Ouro Branco, Ouro Verde e Morumbi, o índice é 1,7%. Na região central o índice chegou a 1%.