Valdir Simão diz que é preciso encontrar alternativas para adiar aposentadoria

BRASÍLIA – O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, disse ontem que é preciso discutir rapidamente alternativas para a aposentadoria. Simão lembrou que houve redução nas taxas de natalidade no país, mas também houve aumento na expectativa de vida dos brasileiros, o que é preciso adaptar o sistema previdenciário.
“Temos que adaptar o sistema para que tenha sustentabilidade, que se equilibre para garantir o benefício para as futuras gerações, portanto o retardamento para a aposentadoria pode se dar por estabelecimento de limite de idade, ou por uma conjunção entre idade e tempo de contribuição. Isso tem que ser rapidamente discutido e buscarmos uma fórmula que atenda à nossa expectativa de médio e longo prazo e que possa ser aprovado pelo Congresso Nacional”, disse o ministro aos jornalistas, após a cerimônia de transmissão de cargo.
Simão substitui Nelson Barbosa na pasta, que assumiu anteontem o Ministério da Fazenda.
Para Valdir Simão, é preciso trabalhar com a possibilidade da aprovação das mudanças no Congresso para o próximo ano. “Esse debate é urgente e a sociedade tem que estar consciente que para garantir a sustentabilidade do regime geral de Previdência Social, precisamos fazer estes ajustes”.
Simão ressaltou a necessidade da aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Quando questionado sobre como será feito o repasse de recursos para bancos públicos para pagamento de programas sociais, o ministro disse que uma decisão deve ser tomada nos próximos dias.
“Estamos discutindo e nos próximos dias tomaremos a decisão. Eu pessoalmente defendo que devemos limpar essa agenda e o que for possível pagar este ano, devemos pagar”.
No início do mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o governo federal encaminhe no prazo de 30 dias cronograma prevendo a normalização desses pagamentos.
Na cerimônia de transmissão de cargo, o novo ministro do Planejamento agradeceu a confiança da presidente Dilma Rousseff e disse que tem o compromisso de resgatar o equilíbrio fiscal e contribuir para retomada do crescimento econômico. (Reportagem: Michèlle Canes, da Abr).