Vasco e Portuguesa vão recorrer à Justiça comum

Os dirigentes do Vasco e da Portuguesa anunciaram ontem que vão "buscar agora o direito" na Justiça comum após a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva)
A Portuguesa e o Flamengo foram punidos pelo tribunal com a perda de quatro pontos pela escalação irregular de Héverton e André Santos, respectivamente, enquanto o Vasco teve seu pedido negado de impugnar a partida contra o Atlético-PR quando perdeu por 5 a 1, pela última rodada do Campeonato Brasileiro.
A decisão rebaixou a Portuguesa à segunda divisão do Brasileiro-2014 e manteve o Fluminense na primeira divisão. Na classificação original, a Portuguesa ficou com o 12º lugar, com 48 pontos, e o rival teve o 17º lugar, na zona de rebaixamento, com 46.
"Respeitamos a decisão do tribunal, mas não concordamos. O campeonato não vai terminar assim para a Portuguesa", afirmou o presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa.
Na próxima semana, os cartolas do clube vão se reunir para definir a estratégia na Justiça comum. O Ministério Público já abriu um inquérito para contestar a mudança no campeonato.
Além de aguardar a decisão do MP, Lupa informou ainda que sócios do clube também vão entrar com ações na Justiça comum pedindo a permanência do clube no Brasileiro de 2014.
O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, deixou o tribunal no centro do Rio afirmando que vai "tomar todas as medidas cabíveis para preservar o direito do torcedor e do clube". "Sem dúvida. Vamos buscar de tudo", respondeu Dinamite ao ser questionado se o clube carioca entrará na Justiça comum para anular a partida contra o Atlético-PR.
Os cariocas alegam que os jogadores não tiveram condição de segurança durante o jogo em Joinville. A partida ficou paralisada por mais de um hora após torcedores dos dois times brigarem na arquibancada.
O CASO – O jogador Héverton, da Portuguesa, deveria ter cumprido suspensão contra o Grêmio, mas ficou no banco de reservas e entrou no campo aos 32 min do segundo tempo. A Portuguesa sempre alegou que não sabia que o jogador estava suspenso e não poderia atuar naquela partida.
"Um jogador [Héverton] reserva, que atuou durante todo o campeonato. Atuou só em seis jogos e entrou no segundo tempo. É jogador que não tem uma qualidade técnica para desequilibrar uma partida. Não teve e nem poderia ter uma vantagem desportiva. O jogo não valia. A proporcionalidade não se aplica? Onde está a proporcionalidade? No campo de jogo, a Portuguesa conseguiu às duras penas se manter na Série A", foi um dos argumentos do advogado de defesa da Portuguesa, João Zanforlin.
"É mentira que esta partida {Portuguesa x Grêmio] não valia nada. O código não fala em má ou boa fé. Estamos falando do maior campeonato do mundo, não de um jogo qualquer de várzea. E o atleta [Héverton] não está aqui, não compareceu aos autos. Ele deveria estar aqui", rebateu o procurador geral do STJD, Paulo Schmidt.
"Para a Portuguesa, moralidade é 37 rodadas do Brasileiro valerem uma coisa, e uma rodada, outra", disse o advogado do Fluminense, Mário Bittencourt, que participou do julgamento como terceiro interessado. "Se o atleta [Héverton] não valia de nada, por que a Portuguesa não entrou com 10?."