Vendas, emprego e compras na indústria caem no primeiro trimestre, registra Fiep

CURITIBA – O primeiro trimestre do ano foi de retração e preocupação para a indústria paranaense. Os resultados dos Indicadores Conjunturais relativos a março, apresentados ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) revelam queda de 3,89% nas vendas industriais dos primeiros três meses ante o mesmo período de 2015.
O nível de emprego também apresentou variação negativa de 3,41% no período avaliado comparado com o primeiro trimestre do ano passado. Nas compras industriais, o tombo foi maior: retração de 8,40% no confronto entre os trimestres.
Para a entidade, a desaceleração da indústria paranaense nos anos 2012 e 2013, a forte queda registrada em 2014 e 2015 e o desempenho enfraquecido de vendas da indústria do Estado no início deste ano são consequências das inadequadas políticas econômicas implantadas no País desde a década passada.
"Para este ano, o ambiente econômico segue em queda", avalia Roberto Zurcher, economista da Fiep. Ele destaca, como exemplos deste cenário, a inflação acima da meta estabelecida pelo governo, déficit público crescente, endividamento de União e Estados, menor fluxo de entrada de investimentos estrangeiros diretos e gargalos relativos à infraestrutura do país — rodovias, portos e aeroportos — que representam entraves para a transformação de recursos produtivos em riquezas.
"Quanto aos próximos meses, é importante observar a evolução do quebra-cabeça político instaurado no País e as medidas econômicas necessárias para reverter a situação da economia", informa.
VAGAS NA INDÚSTRIA – Na questão do emprego, em que os problemas acabam sendo mais perceptíveis para a população, dez dos 18 gêneros avaliados apresentaram números positivos na variação de março contra fevereiro, aumentando-o em +1,76% — as principais elevações foram em refino de petróleo e produção de álcool (7,18%), vestuário (4,72%) e alimentos e bebidas (2,29%).
Mas quando comparados os primeiros três meses do ano com os do mesmo período de 2015, apenas quatro gêneros registraram elevação. Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (5,68%), Madeira (1,87%) e Couros e Calçados (0,25%) apresentaram os maiores aumentos.
Na variação março contra fevereiro, a massa salarial líquida apresentou aumento de 2,13%, e as horas trabalhadas subiram 12,35%. A utilização da capacidade instalada se mostrou estável, em 71%. "Este nível de utilização da capacidade instalada é três pontos percentuais inferior ao registrado em fevereiro do ano passado", reforça Zurcher.