Vendas no comércio de Paranavaí foram menores do que em 2014
Os problemas econômicos que o país enfrenta tiveram reflexos no desempenho do comércio de Paranavaí às vésperas do Natal. Em média, o comércio da cidade registrou decréscimo de 6% a 8% nas vendas. Não significa, no entanto, que os consumidores não prestigiaram o comércio da cidade.
De acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Márcio Catiste, o desempenho foi melhor do que o esperado, considerando a crise econômica que o país enfrenta. “Obviamente, não foram os números de 2014, mas foram melhores do que esperávamos”.
Ele afirmou que algumas empresas da cidade tiveram resultados positivos, com até 30% a mais de vendas, na comparação com o ano anterior. No entanto, outros estabelecimentos registraram quedas acentuadas na comercialização. Entre outros motivos para explicar o desempenho do comércio, Catiste apontou a mudança de comportamento dos consumidores.
Segundo o presidente da Aciap, muitas pessoas tinham dívidas para quitar e aproveitaram o 13º salário para isso. Outros consumidores sentiram que era momento para gastar menos, por isso, optaram por produtos mais baratos. “Gastaram menos, mas não deixaram de comprar”, avaliou Catiste.
Os consumidores pesquisaram, buscaram alternativas, ficaram mais exigentes. “Todo mundo tentou multiplicar o dinheiro”. Para o presidente da Aciap, esse deveria ser o comportamento usual dos clientes, sempre tendo como base a educação financeira, a redução de gastos e o consumo consciente.
Ao mesmo tempo, os lojistas investiram no atendimento e na inovação. Muitos empresários aprimoraram o modelo de gestão, mudaram fachadas, proporcionaram melhorias no atendimento aos consumidores. “As pessoas foram às compras. Por isso, os vendedores tinham de estar preparados para não deixar os clientes escaparem”, ponderou Catiste.
Uma das ferramentas oferecidas pela Aciap aos empresários associados foi o Programa Inova Paranavaí, realizado em parceria com a Prefeitura de Paranavaí, o Sebrae e o Sicoob. O objetivo foi apresentar formas inovadoras de administrar a empresa, atender os clientes, realizar as vendas e investir em tecnologia. Foram investidos R$ 180 mil durante o ano de 2015.
INCERTEZAS – Catiste disse que 2016 é ainda um ano cheio de incertezas. Não é possível prever, por exemplo, se a economia do Brasil terá recuperação. Não é possível saber se haverá mais contratações. A expectativa é que não ocorram demissões. “Esperamos que os empresários mantenham os colaboradores”.
SCPC – Apesar do desempenho negativo no comércio de Paranavaí, houve acréscimo no número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). De 1º a 24 de dezembro do ano passado, foram 12,91% a mais do que no mesmo período de 2014. Um dos motivos para o aumento foi a preocupação dos lojistas.
Catiste destacou que muitos empresários preferiram ser mais criteriosos na hora de efetuar as vendas, considerando o cenário econômico do país e o medo de calote. No período de 2014 foram feitas 10.441 consultas ao SCPC. Em 2015, foram 11.789.
Outro ponto destacado pelo presidente da Aciap diz respeito às inclusões e exclusões do cadastro de devedores. Se em dezembro de 2014 o total de pessoas inadimplentes representou R$ 323.378,51, no ano passado foram R$ 290.647,90. Em relação às pessoas que quitaram os débitos, os valores foram R$ 175.733,18 em 2014 e R$ 228.374,38 em 2015.