Vereador critica “diferença entre público e privado”. Santa Casa discorda e explica

O vereador Antonio Alves utilizou a tribuna da Câmara recentemente para falar sobre o que considera discriminação da Santa Casa de Paranavaí para com os pacientes atendidos pelo sistema de saúde da rede pública. Referia-se a atual estrutura para coleta de exames.
A direção do hospital discorda. Informa que se trata de uma estrutura temporária até que a obra do novo posto de coleta seja concluída.  
Segundo Alves, os usuários do Sistema de Assistência à Saúde (SAS), benefício concedido gratuitamente aos servidores e seus dependentes pelo Governo do Estado do Paraná e do Sistema Único de Saúde (SUS), garantido também gratuitamente pelo Governo Federal à população do país, estão recebendo tratamento muito inferior ao da rede privada.
O diretor da Santa Casa, Héracles Alencar Arrais, contesta. Diz que o prédio anterior onde funcionava o posto era alugado e foi devolvido para reforma. Por outro lado, o hospital está construindo um moderno posto de coleta, ao lado do Centro de Oftalmologia, com previsão de entrega até março do ano que vem. O agendamento para pacientes do SAS deve permanecer onde está. Na Rua Antônio Felippe.
Como justifica o diretor, o local escolhido na Santa Casa é improvisado, mas viável, dentro das normas técnicas. Por outro lado, analisa, não se justifica alugar um prédio e arcar com os elevados custos de adaptação e locação para apenas quatro meses.
Contesta ainda a informação de que há diferença entre os particulares e SUS. Defende que todos os procedimentos feitos na Santa Casa independem da origem do paciente: convênio, particular ou SUS. Fala que o número de exames privados é muito pequeno. Por outro lado, insiste, a nova estrutura vai acolher de forma adequada os conveniados, SAS e SUS.  
Na sua manifestação em defesa dos pacientes do serviço público, Alves explicou a sua posição: “Foram milhões de reais aplicados neste local e agora a população não pode usufruir de um espaço com condições dignas para atendê-la. Abriram uma portinha de 80 centímetros do lado do muro e colocaram três telhas de Eternit e diante de entulhos e sujeira as pessoas estão sendo atendidas. Colocaram móveis e equipamentos novos e daí prestam este péssimo serviço a nossa população. Fica aqui registrado nesta Casa a minha indignação ao tratamento dado a estas pessoas. Vou continuar fazendo meu trabalho, a minha fiscalização até o último dia do meu mandato”, afirmou.
Diante dessa declaração, Arrais admitiu que a mudança de local trouxe alguns inconvenientes para os pacientes. Reiterando tratar-se de condição temporária, justifica que colocou as telhas citadas para proteger da chuva e do sol. No entanto, segue, o interior e demais estruturas têm boas condições. Tanto que integrantes do Conselho Municipal de Saúde fizeram uma visita e não teriam encontrado problemas.  
O vereador ainda pediu que seja oficiado à Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa do Paraná e ao Ministério Público informações e providências quanto a situação.
Por fim, o diretor da Santa Casa, Héracles Arrais, lamentou o posicionamento, se colocando à disposição da Câmara para eventuais esclarecimentos. “Poderia ter nos procurado”, resumiu, referindo-se ao autor da reivindicação.
(com release da Câmara de Vereadores de Paranavaí)