Vereadores confirmam convite para ingressar no novo partido

Mesmo com o cancelamento do evento programado para ontem pela manhã, o presidente da Câmara de Vereadores de Paranavaí, Mohamad Smaili, ingressou no partido Solidariedade, 32ª sigla criada no Brasil. Ele deixa o PMDB depois de quase dez anos.
Ontem foi reforçada a possibilidade de Mohamad não se transferir sozinho, já que os também vereadores peemedebistas Walter dos Reis e Zenaide Borges confirmaram convites.
O vereador Walter dos Reis, representante da região da Vila Operária, informou que, por enquanto, permanece no PMDB, mas faz ressalvas, mostrando descontentamento com alguns encaminhamentos peemedebistas. Por fim, deixa no ar a possibilidade de trocar de partido, dependendo dos rumos internos.
A vereadora Zenaide Borges, ligada ao setor de assistência e saúde, disse que está pensando na possibilidade de trocar a sigla atual pelo Solidariedade. Neste caso, o PMDB, partido que elegeu três vereadores no ano de 2012, passaria da condição de maior bancada para sem bancada.
O PMDB é o maior partido de Paranavaí com 1.109 filiados. O segundo é o PT com 722. O partido tem nas suas fileiras o prefeito Rogério Lorenzetti, reeleito no ano passado.
As coligações que deram sustentação ao prefeito no pleito fez seis das dez cadeiras do legislativo paranavaiense. O PMDB também conta com o deputado estadual Antonio Teruo Kato, candidato à reeleição em 2014.
QUER O MANDATO – Em meio ao volume de informações, outro fato poderá sacudir a política de Paranavaí. O PMDB analisaria ontem à noite a possibilidade de pedir na justiça o mandato de Mohamad Smaili.
Uma das alegações seria a forma de encaminhamento do pedido de desfiliação feito por Mohamad. O primeiro suplente é o atual secretário de Esportes, Márcio Gonçalves.
O presidente da Câmara, Mohamad Smaili não vê razões para tal medida, uma vez que tem amparo em “resolução clara do TSE”. Ele disse que protocolou o pedido de desfiliação tanto no PMDB quanto no cartório eleitoral.
Caso optem por novos ares, os vereadores Reis e Zenaide têm até o dia 25 do próximo mês para a filiação, ou seja, 30 dias depois da criação do partido Solidariedade, sem risco (em tese) de perder o mandato. A autorização do TSE é de 24 de setembro último.
A lei prevê que um político com mandato só pode mudar de sigla se for para uma nova legenda, como é o caso do Solidariedade, liderado nacionalmente pelo sindicalista e deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, ex-integrante do PDT.
PRAZOS – Acaba amanhã o prazo para filiações partidárias e troca de partido para quem pretende ser candidato nas eleições do ano que vem. Pela legislação, o postulante deve se filiar na sigla um ano antes do pleito, marcado para 5 de outubro de 2014. Nesta eleição serão escolhidos os novos presidente e vice-presidente da República, governadores e vices dos estados, um senador por estado, além de deputados federais e estaduais.
MOTIVO DO CANCELAMENTO – O motivo para cancelamento do ato público do novo partido foi a impossibilidade de o deputado federal e líder do Solidariedade no Paraná, deputado federal Fernando Francischini, estar presente. Ele não conseguiu se deslocar de avião por causa das condições do tempo em Curitiba.
Mesmo sem o ato público, a filiação de Smaili está confirmada. Ele participaria de evento ontem à tarde em Maringá, com a presença do parlamentar, marcando o ingresso do presidente da Câmara de Maringá, Ulisses Maia. Em outra data, Francischini deve se reunir com o grupo da região de Paranavaí.
O vereador e radialista Mohamad deixa o PMDB e surge como pré-candidato a deputado federal. Ele tem dito que a nova filiação não significa, necessariamente, candidatura em 2014. Pretende organizar o partido e formar um novo grupo político visando as eleições municipais de 2016.