Vereadores iniciam ano que pode refletir para o próximo mandato

O trabalho na Câmara de Vereadores de Paranavaí será retomado nesta segunda-feira com a primeira reunião ordinária em 2015, marcada para 20 horas.
Será um ano decisivo, com reflexos para a próxima legislatura (2017/2020), isso porque poderão surgir na pauta, ainda no primeiro semestre, projetos polêmicos como ampliação do número de vereadores e até reajuste de salários.
Por enquanto, são apenas hipóteses e, como tais, podem não se confirmar.  A cerimônia será prestigiada pelo prefeito da cidade, Rogério Lorenzetti, que como de praxe deve fazer um balanço das ações do Executivo no ano de 2014.
O presidente da Câmara, Mohamad Smaili (radialista Mohamad Soumaili), visitou o DN e abordou vários temas, sempre em resposta a várias indagações. Sobre a ampliação das vagas de vereadores (atualmente são 10 cadeiras), admitiu que pode haver um projeto, desde que seja uma decisão majoritária dos atuais legisladores.
O tema é tratado informalmente com cautela na Casa. Há quem defenda a manutenção de dez cadeiras e outras propostas tais como 13, 15 e até 17 vagas, o máximo permitido pela legislação. Smaili tem ciência de que se trata de um tema complicado e que vai repercutir, inclusive negativamente.
Se houver a apresentação do projeto, antecipa, vai propor um debate sereno, sem paixões e interferências externas. Mas, explica, a Câmara vai ouvir as entidades e os argumentos da população. O presidente não tem a ilusão de que haverá apoio popular, embora para alguns a ampliação seja uma necessidade para conta de todas as tarefas que competem à Câmara.
A julgar pelos números da pesquisa de 2011 sobre o tema, quando a ampliação da Casa foi rejeitada, Smaili tem razão quanto ao respaldo popular. Na ocasião, 76,30% dos entrevistados se manifestaram contrários e apenas 20,50% favoráveis. A pesquisa foi encomenda pela Aciap – Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí – junto ao Instituto Alvorada. Também há o apelo da mídia, lembra.
SALÁRIO – Outro tema polêmico é quanto ao possível aumento de salário para a próxima legislatura (em tese, portanto, não se trata de aumento do próprio vencimento, prática vedada por lei). O tema é tratado com reservas e ainda não foi discutido em reuniões. Os vencimentos líquidos atuais estão em cerca de R$ 3.800,00.
Embora não considere um grande salário, o presidente tem a clareza de que qualquer proposta de aumento será rejeitada pela sociedade. Ele antecipa que não vai sugerir tal reajuste, mas, se houver proposição, será tratada de forma transparente, ouvindo argumentos de ambos os lados.
Outro projeto que deve ocupar tempo dos vereadores é da reforma administrativa, que deve ser encaminhado pelo Poder Executivo nos próximos dias. Vai prever a extinção ou fusão de secretarias, extinção de cargos e criação de novas funções.
RELACIONAMENTO – O ano terminou com uma disputa pela presidência. A eleição reconduziu Mohamad Smaili para o segundo mandato, pelo placar esperado de 6 votos a 4. Houve uma busca intensa pelo apoio dos pares, o que gerou um certo desconforto.
Ainda assim, o presidente espera que as diferenças pontuais estejam superadas com diálogo. Vai propor que a casa trabalhe unida. Até porque, argumenta, no ano que vem haverá eleição e uma disputa interna pode prejudicar o trabalho e, por consequência, o desempenho de quem pretende renovar seus mandatos. A Mesa Diretora é composta também por: Walter dos Reis (vice-presidente), Leonildo Martins (1º secretário) e Zenaide Borges (2ª secretária).
Também sobre o tema eleição, o presidente está filiado ao Solidariedade (no Paraná o líder é o deputado federal licenciado e secretário de segurança Pública, Fernando Francisquini). Pretende dedicar tempo para articulação, visando as eleições.
Não descarta coligações e deve buscar uma condição para a sigla participar também da disputa majoritária (prefeito e vice). Num primeiro momento, Smaili é candidato à reeleição.
GESTÃO – Falando sobre o cenário geral, ele entende que a Câmara está funcionando bem, com estrutura enxuta. Avalia que o ambiente de trabalho é bom, embora haja pequenos conflitos, normais quando se trata de convivência.
Disse que qualquer denúncia de desvio é averiguada. Sobre a reclamação de uso indevido do veículo da Câmara (inclusive com denúncia do Observatório Social), antecipa que não deve se configurar.
Justifica que houve redução drástica no consumo de combustível. Também o carro permanece no pátio ou em um posto de combustíveis à noite. Sem contar que é guiado apenas por um motorista de carreira. Admite que por funcionalidade, pode ser que o motorista passe em casa uma vez ou outra (quando em serviço da Câmara), mas não em deslocamento exclusivo para lazer ou folga.
Na condição de presidente, argumenta, tem direito ao uso do carro, mas não o faz. O veículo é exclusivo para trabalhos da Casa. Outro bem que abriu mão, diz, foi do telefone celular, define.