Vereadores querem explicações sobre superlotação na cadeia de Paranavaí
A superlotação na cadeia de Paranavaí foi assunto na última reunião da Câmara Municipal. O requerimento apresentado pelo vereador Lucas Barone de Oliveira foi aprovado por unanimidade e será encaminhado para a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SESP).
No documento é pedido providência para diminuir a superlotação no minipresídio. O requerimento também será encaminhado para o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
No último mês a cadeia de Paranavaí bateu o recorde de superlotação. Em um final de semana chegou a ter 280 presos no local projetado para receber 96 pessoas. Na tarde de ontem (5) a cadeia tinha 273 detentos.
O problema poderia ser menor se os condenados com sentenças judiciais fossem transferidos para unidades prisionais específicas para o cumprimento das penas impostas pelo Poder Judiciário. Do total dos presos, quase 60% não deveria permanecer encarcerados na unidade de Paranavaí que não possui estrutura adequada para o cumprimento de sentença.
MAIS ATENÇÃO – O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), major Ademar Carlos Paschoal, disse que os policiais militares que prestam serviço na vigilância externa da cadeia pública estão tomando mais cuidado e trabalham com atenção redobrada.
“Por medida de segurança não podemos revelar, porém, houve mudança nos procedimentos. Um novo protocolo foi adotado para os policiais que trabalham na cadeia pública e isso gera mais segurança”, revelou Paschoal.
O comandante afirmou que apesar da superlotação o serviço dos policiais nas ruas continua no mesmo ritmo. “Sabemos das dificuldades, mas não podemos parar. Continuamos realizando as prisões normalmente”.
O delegado-chefe, Luís Carlos Mânica, da 8ª Subdivisão Policial (8ª SDP) de Paranavaí, também disse que o número de pessoas presas na cadeia pública não interfere o ritmo das investigações e prisões realizadas pela Polícia Civil.
“Nada mudou e não há qualquer tipo de interferência. Estamos realizando operações e as prisões normalmente. O procedimento continua sendo de encaminharmos os presos para a cadeia pública que hoje é administrada pelo Departamento Penitenciário (Depen)”, afirmou o delegado-chefe.
COMO ESTÁ O LOCAL – Na ala masculina, em média há nove homens por cela, projetada para receber quatro pessoas. O resultado é que para dormir os presos dividem as camas e alguns dormem no chão.
A superlotação fez alterar toda a rotina da cadeia. As visitas dos familiares, que ocorriam em apenas um dia da semana, agora são realizadas nas quintas e sextas-feiras. Além disso, o tempo teve de ser reduzido.
Anteriormente os presos recebiam alimentação trazida por parentes. Agora, houve limitação para o recebimento em uma vez por semana. Os presos também sofreram restrições com relação ao banho de sol que passou a ser uma vez na semana.