Vice-presidente do TRE-PR critica proposta de extinção de zonas eleitorais

A proposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de extinguir zonas eleitorais no Paraná segue na contramão da democracia e causa prejuízos para os cidadãos. A avaliação foi feita pelo desembargador Luiz Taro Oyama, vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Ele esteve ontem em Paranavaí, para uma reunião sobre o cadastramento biométrico. Na ocasião, recebeu a equipe do Diário do Noroeste para conversar sobre uma resolução do TSE que estabelece o rezoneamento eleitoral. O argumento que justifica a medida é a economia de gastos.
Segundo o vice-presidente do TRE-PR, das 206 zonas eleitorais paranaenses, quase 100 deixarão de contar com os serviços do Judiciário. Uma delas em Paranavaí. Nesses locais, os eleitores não teriam acesso, por exemplo, ao recadastramento biométrico e à emissão de títulos e certidões de quitação eleitoral.
O atendimento aos conflitos judiciais comuns em período de eleição também ficaria comprometido. Na opinião de Oyama, o fim de zonas eleitorais representaria o enfraquecimento dos processos eleitorais, porque não haveria fiscalização de maneira frequente, como ocorre atualmente.
Por tudo isso, diferentes setores da sociedade estão se mobilizando, no sentido de tentar reverter essa decisão do TSE. A Associação dos Magistrados do Paraná entrou com ação direta de inconstitucionalidade, tentando suspender a aplicação da resolução. Ministério Público também se posicionou contrário.
Para o vice-presidente do TRE-PR, extinguir zonas eleitorais é afastar a Justiça Eleitoral da população. É desconsiderar a história de 85 anos de combate aos crimes eleitorais e de trabalhos pela consolidação da democracia brasileira.