Voto facultativo na berlinda

Ayrton Baptista*

O brasileiro não sabe votar. Se é assim, e não é, por que facilitar e deixar que só os “sábios” votem com a aplicação do voto facultativo? Quantos países já aderiram ao facultativo? Por que outros relutam e o voto obrigatório ainda é o usado.
Longos debates são travados através dos tempos na defesa de que o comparecimento do eleitor às urnas venha a ser como ele achar por bem. Na verdade, este tema ainda vai perdurar na berlinda e todos nós temos o direito de dar uma opinião.
Seja como for, só pode ser num futuro ainda demorado. A situação dos políticos, hoje, bem como dos partidos, não são promissoras. O “ibope” deles não permite uma revolução que venha a tornar facultativo o voto do eleitor.
Basta ver-se os percentuais em que se encontra toda a classe política, da presidente da República ao vereador nosso de cada dia; do partido nanico às legendas consagradas, já na maturidade. Não se pode crer numa mudança tão radical neste momento.
O tema poderá ficar em debate, mas a aplicação, porém, não tem como. As opiniões divergem como é natural. E assim continuarão, pois sabendo ou não o brasileiro a votar, uma tese boba, aliás, é melhor termos espaços para debater o sim ou o não. Com o voto obrigatório já elegemos presidentes, governadores e prefeitos que realizaram gestões de boas para ótimas. Da mesma forma já nos decepcionamos também.
Em termos de legislativos, bons vereadores, ótimos deputados, federais mais-ou-menos. Tudo de acordo com o gosto e a tendência política de cada um. Assim continuaremos, esquecendo, até, dos nomes que preencheram nossas preferências.
A HORA DO PMDB – Partido sempre presente no plano nacional, sucessor do MDB, criado em pleno regime militar para contrapor-se a Arena do Governo, o PMDB atravessa uma fase de otimismo.
Os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renam Calheiros e Eduardo Cunha, Alagoas e Rio de Janeiro, estão conduzindo o “velho de guerra” na indisposição contra o Governo Federal e sua chefe, a presidente Dilma Rousseff.
As batalhas se sucedem no Congresso e diariamente o Governo se vê derrotado em questões antes colocadas como imprescindíveis aos ajustes da administração.
Ora, presidentes legislativos à parte, é notável a falta de sensibilidade do Governo, desejando implantar medidas que não tiveram estimativas nos últimos quatro anos. Por isso é que se vê um Governo mais parecendo em final de gestão do que o início de três meses.
Embora a onda do impeachment esteja passando, é bom o PT resguardar-se e resguardar a sua presidente da República, pois essa onda pode voltar a qualquer momento, ainda que não seja este o caminho mais democrático. Estamos todos, eleitor e eleitos, na dependência do que a Operação Lava Jato descobre no dia-a-dia. E enquanto isso durar, é lamentar as ocorrências passadas e, se possível, trabalhar com o futuro.
A Lava Jato ainda demora e fatos novos na área poderão surgir. Dilma possivelmente não terá o impedimento que alegraria a muitos, mas sem dúvida terá os piores quatro anos pela frente. E subscreva o que sua amiga Graça Foster disse, que a Lava Jato faz um bem enorme a Petrobras.