Zagueiro e dirigente do Corinthians reforçam críticas a árbitro Amarilla
O zagueiro Paulo André reforçou o coro de críticas à arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla, no empate de 1 a 1 com o Boca Juniors, que anteontem eliminou o Corinthians da Libertadores.
"Eu acho que ainda não digeri, é algo intragável. Foi inaceitável o que aconteceu no Pacaembu", disse o jogador. Paulo André disse ter sentido que o time poderia ter problemas com a arbitragem desde o início da partida.
"É complicado responder [se houve má fé], eu não tenho provas, ninguém deve ter. Acusar sem provas é a maior besteira que eu posso fazer. Mas tudo foi muito esquisito", disse.
"Com três minutos, ele deu um cartão para o Emerson. O pênalti [de Marin] ele pode não ter visto, mas a postura durante o jogo, durante os 90 minutos, foi muito esquisita", afirmou o zagueiro.
Uma punição ao trio de arbitragem, diz, não ajudaria em nada o sofrimento pela queda.
"Não alivia em nada para a gente, a dor é a mesma, estamos fora, o clube deixa de arrecadar dinheiro. Mas é mais do que justo e eu acho que é o mínimo que pode ser feito para tentar coibir novas atuações péssimas como as que eles tiveram", afirmou.
Sobre a decisão do Campeonato Paulista, contra o Santos, no domingo, Paulo André disse que o título seria "uma grande volta por cima". Como o time venceu o duelo de ida por 2 a 1, um empate bastará para a conquista do Estadual.
"A cabeça do time está boa, a gente está confiante, temos a vantagem do primeiro jogo. Eu acho que seria uma grande volta por cima dessa equipe que sofreu ontem. O título seria justo e merecido".
ENCOMENDA – O diretor de futebol do Corinthians, Roberto Andrade, disse que o árbitro Amarilla estava mal intencionado. "Ele chegou com uma encomenda e devolveu do jeito que pediram. É assim que funciona no futebol. Os erros dele não foram circunstâncias do jogo. Circunstância de jogo é algo muito diferente", disse o dirigente em entrevista à rádio Globo.
"Logo no começo da partida, o Emerson fez uma reclamação comum de pênalti, como todo jogador faz e recebeu amarelo. Você pode errar em impedimento e faltas, mas as atitudes dele durante todo o jogo foram estranhas. Ele estava mal intencionado. Não tem como negar", continuou.
O dirigente falou que não fará nenhuma representação formal à Conmebol contra o juiz paraguaio e disse que os dirigentes brasileiros foram omissos em relação aos erros de arbitragem.
"Na realidade, não tem o que fazer. Se eu for preencher alguma coisa, vou gastar o papel e a tinta da máquina. São palavras ao vento. O sistema do futebol sul-americano é falido. Não vi um dirigente brasileiro falar a favor do Corinthians e reclamar dos absurdos que foram cometidos".
Logo após a eliminação, o presidente Mario Gobbi pediu providências da entidade que comanda o futebol sul-americano contra Amarilla.
Questionado sobre quem poderia ter "encomendado" o resultado ao árbitro, Andrade desconversou. "Não sei. Esta é a minha dúvida. Interesse pessoal não foi. O que ele ganhou com isso? Só foi xingado e ninguém gosta disso", finalizou.